CSJT promove workshop para debater aprendizagem no setor bancário e combate ao trabalho infantil
- Publicado: Quarta, 26 Setembro 2018
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) promoveram, na quinta-feira (20), o workshop “Aprendizagem no setor bancário”. No evento foram discutidas metas e prioridades para ampliar a contratação de aprendizes no mercado financeiro e bancário brasileiros.
A coordenadora nacional do Programa Nacional de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem, ministra Kátia Magalhães Arruda discutiu sobre o tema com especialistas e de representantes dos principais bancos e instituições financeiras do país. Ainda debateu com representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), do Ministério do Trabalho, do Ministério Público do Trabalho (MPT) e integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU).
A ministra Kátia Arruda afirma que o Brasil ainda é um país muito hostil com a juventude e acaba por gastar mais com a ressocialização de meninos infratores do que em programas realmente transformadores. “Nós nos preocupamos com o trabalho infantil, que atinge 2 milhões de crianças e adolescentes no Brasil. As pesquisas mostram que em torno de 70% desses adolescentes têm mais de 14 anos e poderiam estar na aprendizagem legal, porém estão submetidos às piores formas de trabalho infantil, em lugares como carvoarias e lixões”, disse.
Segundo a ministra, a aprendizagem do jovem envolve educação e oferece oportunidades, por isso ela tende a fazê-lo crescer e ganhar mais no futuro. “Quando nós apontamos perspectivas para a nossa juventude, estamos construindo um projeto de nação, uma nova nação. O que está aí, essa violência, essa desagregação, não está resolvendo os nossos problemas”, diz.
Na mesma linha, a procuradora do Ministério Público do Trabalho, Dulce Martini Torzecki comentou que a população brasileira vive em um país de extrema desigualdade e de muitas dificuldades no acesso à educação, pelo que é necessário dar incentivos a adolescentes e jovens. "Nossa meta aqui é procurar soluções, para dar mais oportunidades a aprendizes no setor bancário".
Também convidado a opinar sobre o tema, o diretor de Políticas de Empregabilidade do Ministério do Trabalho, Higino Brito Vieira, explicou que acredita que essa integração e esse diálogo impulsionam uma discussão mais qualificada. "Com isso pensamos não somente no número de aprendizes, mas também na qualidade do programa de aprendizagem proposto", comenta. Segundo Higino, a reunião foi importante para esclarecer quais são as dificuldades que o setor bancário enfrenta na hora de contratar um aprendiz.
Por fim, o representante da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Nicolino Eugênio da Silva Júnior, salientou a importância dos representantes do setor bancário apresentarem o que tem feito no campo da aprendizagem e entenderem no que ainda devem melhorar. "Os jovens são o futuro das nações e esse futuro depende necessariamente da educação".
Segundo ele, o setor bancário sempre acreditou ser um bom propósito e sempre investiu no cumprimento da lei da aprendizagem. "Estamos certos de que nós fazemos uma entrega no setor bancário de altíssima qualidade. A aprendizagem no setor bancário é uma vitrine que serve de exemplo para muitos outros setores da economia".
No final do workshop, os participantes consideraram o evento muito produtivo e prometeram se unir em prol da Lei da Aprendizagem. Como agenda futura, ficou definido que cada parte deve fortalecer o contato com os conselhos, refletir e compartilhar sobre como conseguir o que foi discutido no encontro e divulgar a reunião para dar visibilidade ao diálogo promovido.
Fonte: CSJT