Equidade de gênero e combate à violência contra a mulher foram temas de evento do TRT20
- Publicado: Sexta, 29 Março 2019
Nesta sexta-feira, 29/03, o TRT da 20ª Região, por meio do Setor de Programas de Qualidade de Vida/DG, realizou o evento com o tema “Equidade de gênero e combate à violência contra a mulher”, alusivo ao Dia Internacional da Mulher. As palestrantes convidadas foram Adélia Moreira Pessoa, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da OAB/SE, e Valdilene Oliveira Martins, vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da OAB/SE.
A abertura do evento contou com a participação do Coral 20ª Voz, sob a regência da maestrina Daniela Faber. Em seguida, a presidente do TRT20, Vilma Leite Machado Amorim, agradeceu a presença de todos e aproveitou para falar sobre a importância de colocar estes temas em evidência. “Combater a violência contra a mulher é uma luta diária e contínua. O evento é de luta, de conscientização, para que todos possamos pensar a respeito da violência doméstica e nós não vamos conseguir fazer absolutamente nada se não tivermos os homens conosco, queremos caminhar lado a lado. Precisamos que todos unam esforços para combater este tipo de violência”, afirmou.
A palestrante Valdilene Martins alertou em sobre os relacionamentos abusivos que, por não serem marcados por violência física, em algum momento, a mulher se sente protegida e o controle é confundido com cuidado. “Este tipo de relação é muito perigosa. Como vemos no violentômetro, a tendência é aumentar. Desta forma, quanto antes esse ciclo de violência for quebrado pela mulher, maior facilidade ela terá de sair. Eventos como estes são importantes para esclarecer e alertar, porque depois dessas palestras, muitas pessoas percebem que estão sofrendo violência ou até os homens se despertam e percebem que praticam alguma violência”, relatou.
Para o vice-presidente do TRT20, Thenisson Santana Dória, o evento é de uma importância salutar, pois traz um tema que ainda é recorrente na nossa sociedade, que é a violência contra a mulher. “É necessário que homens e mulheres se apercebam, pois esses índices vêm crescendo de uma forma alarmante e é preciso que se tome medidas para que este tipo de ação venha ser extinta”.
Já o tema equidade de gênero foi abordado pela palestrante Adélia Pessoa, que destacou a importância do momento para refletir, desconstruir os estereótipos, os preconceitos e os mitos que ainda permeiam nossa sociedade. “Atualmente existe uma igualdade na lei, uma definição através de tratados internacionais ratificados pelo Brasil e está muito claro que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. Entretanto, na vida concreta, na realidade social, temos ainda muitas discriminações, preconceitos, estereótipos. Além disso, no trabalho, nós temos ainda os chamados guetos ocupacionais, áreas em que a mulher predomina, como é o caso das áreas de cuidado, enquanto o homem sempre é direcionado para áreas de exatas, áreas de tecnologia. Então, nós estamos caminhando no sentido de melhorar essa situação através da reflexão, de oficinas, de um trabalho em todos os espaços. E como a OAB soma-se ao TRT para que nós possamos debater isso de uma maneira bem democrática”.
A presidente da Associação Brasileira de Mulheres de Carreiras Jurídicas em Sergipe, Ana Rita Faro Almeida, ressaltou a importância desse tipo de discussão para esclarecer o que significa o feminismo. “As pessoas costumam colocar o feminismo como antônimo do machismo, o que não é. O feminismo busca uma equidade, uma igualdade de oportunidades entre homens e mulheres. Essa equidade de gêneros, onde a gente consegue vislumbrar direitos e oportunidades iguais para homens e mulheres. A questão das pessoas confundirem o machismo com o feminismo acaba que atrapalha um pouco essa luta. No machismo, o homem se sobrepõe a mulher, quando no feminismo é absolutamente o contrário, ele busca a equidade. A gente não busca igualdade entre homens e mulheres, buscamos oportunidades e direitos iguais”.
O evento também foi marcado pelo lançamento da política de equidade de gênero e pela assinatura do Ato que institui o Programa de Assistência à Mãe Nutriz no TRT20, que tem o objetivo de incentivar o aleitamento materno por meio da redução da jornada de trabalho para seis horas diárias, até o último dia do mês em que a criança completar 18 meses de vida.