• RSS
  • Youtube
  • E-mail
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram

A tônica foi a importância do olhar humanizado na relação entre as partes

O antropólogo Roberto da Matta e o desembargador aposentado Márcio Túlio Viana, do TRT da 3ª Região, ministraram nesta segunda-feira (29) a aula “Relacionamentos interpessoais na jurisdição: ícone, parceiro ou amigo? Você sabe com quem está falando?”, no 24 º Curso Nacional de Formação Inicial (CNFI) da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat). A aula contou ainda com a participação, por meio de videoconferência, do sociólogo Jessé de Souza.

Olhar humanizado

Com mais de 20 anos de exercício da magistratura, o desembargador Márcio Túlio ressaltou a importância de buscar um olhar humanizado na relação entre o juiz e as partes, em que a figura do juiz se reveste de um simbolismo de autoridade ao presidir as audiências. “Temos de estar mais próximos no linguajar, atentos à realidade que nos cerca nas salas de audiência e decifrar o desejo oculto que existe no pedido de horas extras ou de indenização”, observou. Segundo ele, muitas vezes, o que existe, principalmente nas pessoas mais humildes, é o desejo de apenas ser publicamente reconhecida e respeitada. “Vocês, novos juízes do trabalho, precisam ser cuidadosos ao enxergar o outro, pois estão atuando para reduzir um pouco a desigualdade social”.

Papel social

O antropólogo Roberto DaMatta enfatizou as diferenças de poder na história e a evidente relação entre os papéis sociais e os grupos e os costumes nos quais o cidadão está inserido. “O mundo humano não é simples”, afirmou, ao chamar a atenção para a enorme diversidade humana. Segundo o antropólogo, a mudança não é fácil, mas o apego às certezas também não. “Somos seres incompletos, mas frutos dos papéis que escolhemos”.

Sociedade polarizada

O ministro Augusto César Leite de Carvalho, que presidiu a mesa, ressaltou a importância da participação do juiz e de sua missão de resolver conflitos “nessa sociedade tão polarizada”. Para isso, o ministro acredita que a visão de mundo do juiz deve buscar abranger as várias percepções da sociedade em que estamos imersos.

Segurança pessoal e redes sociais

No período da tarde, os juízes tiveram a oportunidade de debater a importância da segurança pessoal e familiar e as redes sociais, em aula ministrada pelo delegado da Polícia Federal José Fernando Chuy.

Na sequência, participaram do laboratório de Alteridade I, que abordou o relacionamento com as partes e advogados no foro, coordenado pelo juiz e conselheiro da Enamat Homero Batista (TRT2).

Fonte: Enamat