Diretor de vara fala sobre a importância do PJe
- Publicado: Terça, 19 Junho 2012
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Foto: Ascom_TRT20 |
Ascom - Como tem sido o trabalho de multiplicador?
Mário de Oliveira Neto - O trabalho de multiplicador envolve dois momentos: primeiro, motivar e mostrar para os demais colegas uma nova realidade. Inserção de novos paradigmas seja em relação ao processo jurisdicional, quanto em relação ao papel do servidor. Ademais, ressaltei a necessidade de utilizarmos esta nova ferramenta para inclusão daqueles que ainda não estavam inseridos nas atividades vinculadas diretamente com minutas de despachos. Abre-se mais um desafio para o tribunal que é de motivar e qualificar os servidores para este "novo mundo". Um segundo momento é o de repassar informações acerca de como utilizar o programa, que reputo extremamente fácil de ser usado no dia a dia.
Ascom - O que está sendo repassado para as pessoas?
Mário de Oliveira Neto - Nos últimos treinamentos, mostrei todo o fluxograma, essencial para o entendimento do processo de trabalho, e dei conhecimento das funcionalidades contidas no PJe. Evidente, que alguns colegas estão muito motivados, outros desconfiam da eficiência do novo instrumento de trabalho, mas no final, creio que tudo será bem resolvido.
Ascom - O que mudará nas varas?
Mário de Oliveira Neto - Em termos de processo de trabalho, muda tudo. Desde o fato de você chegar à vara para trabalhar e não mais ter milhares de autos de processo para manusear, passando por mudanças na condução das audiências, no atendimento das pessoas. Muda tudo. Não só internamente. Mas, externamente, há mudanças importantes, a começar pelo próprio redimensionamento de algumas atividades de pessoas que se utilizam dos nossos serviços, a exemplo dos secretários dos advogados. Imagine que não mais haverá aquela correria de entregar petições, retirar autos de processos.
Ascom - Qual a importância do PJe?
Mário de Oliveira Neto - Em termos econômicos, haverá uma substancial diminuição de despesas para a Fazenda Pública, já que ele será totalmente virtual. Basta lembrar que milhares de processos poderão ser armazenados sem qualquer custo, como temos hoje, por exemplo, com os arquivos. Outro ponto bastante importante é o nível de segurança exigido para proteger tais dados, que vem exigindo investimentos substanciais do setor público. Resultado: não teremos problemas com extravios de documentos, necessidade enfim de restaurar autos. O processo virtual traz mudanças substanciais também na concepção de alguns institutos processuais, a exemplo de competência, prazos e uma maior racionalização do tempo que cada servidor disponibilizará para trabalhar um processo.
Ascom - Qual a expectativa para a instalação do PJe?
Mário de Oliveira Neto - Num primeiro momento, tenho consciência que teremos dificuldades, já que será um período de mudança. Modificarão as formas de conduzir as audiências, de receber uma contestação, documentos, de atender às pessoas. Será só uma questão de tempo para a adaptação até consolidarmos o PJe no nosso tribunal. Pela somação de esforços, venceremos mais um desafio.