O Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região (TRT-SE) alcançou um marco expressivo no âmbito do Poder Judiciário ao cumprir integralmente a Meta Nacional nº 2 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que estabelece o julgamento prioritário dos processos mais antigos, reforçando o compromisso com a celeridade processual e a eficiência na prestação jurisdicional.

Para o TRT-SE, o diferencial, neste ano, foi o uso inovador da Inteligência Artificial (IA) como ferramenta de apoio à tramitação processual. A tecnologia foi decisiva na tradução de um documento essencial que viabilizou o julgamento do último processo pendente, garantindo o fechamento do ciclo da Meta 2.

De acordo com o secretário de Governança e Gestão Estratégica (Segest) do TRT-SE, Adriano Leão Venceslau, o processo estava paralisado pela necessidade de tradução juramentada de um contrato de trabalho redigido em língua estrangeira. “O uso dessa ferramenta ressalta o espírito de inovação e a busca por soluções criativas em prol da justiça”, afirmou.

Adriano explicou que as tentativas de obtenção de tradutor juramentado mostraram-se infrutíferas ou demoradas, o que poderia comprometer o prazo final de cumprimento da meta. Diante desse impasse, as juízas da 5ª Vara do Trabalho de Aracaju, Cristiane D’ávila Ribeiro (titular) e Kamilla Mendes Laporte (auxiliar) e sua equipe propuseram utilizar uma ferramenta de IA para realizar a tradução do documento. O texto traduzido foi submetido à análise das partes do processo, que concordaram com o resultado. 

A juíza Kamilla Laporte ressaltou a importância do uso responsável da tecnologia no Judiciário. “A inteligência artificial, quando bem utilizada, vem para somar, nos auxiliar no dia a dia do trabalho do juiz, dos servidores, dos advogados e de todos os elementos envolvidos com o sistema de justiça”. Segundo ela, no caso específico analisado pela Vara, a ferramenta “foi essencial” para a solução do processo.

O secretário Adriano Venceslau reforçou ainda que o caso representa um precedente relevante na Justiça do Trabalho, ao demonstrar que a tecnologia pode atuar como aliada da efetividade e da celeridade, sem abrir mão da segurança jurídica e do controle humano. “A experiência evidencia o potencial transformador da Inteligência Artificial na rotina judiciária, sempre utilizada com responsabilidade e sob validação das partes e do magistrado”, destacou Venceslau.

Por Daniele Machado (Ascom TRT-SE)