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 “Não descansaremos enquanto houver crianças e jovens privados de crescer em família”, diz presidente do CNJ

Com o objetivo de aproximar o Poder Judiciário da sociedade brasileira e valorizar iniciativas voltadas às crianças e aos adolescentes, o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Edson Fachin, visitou nesta sexta-feira (3/10) o programa de acolhimento familiar realizado pela Associação Fraternidade Aliança (AFA), no município de Foz do Iguaçu (PR).

No primeiro compromisso fora de Brasília após ser empossado presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro conheceu as instalações e as ações realizadas pela entidade no acolhimento familiar de crianças e jovens afastados de suas famílias por medidas protetivas determinadas judicialmente.

“É o primeiro compromisso fora do tribunal que tenho desde que assumi. E escolhemos estar aqui. É o compromisso mais importante que nós temos nesta semana porque aqui está a primeira infância. Aqui está o começo. E nós queremos e quisemos começar por aqui para começar bem, iluminados por esse exemplo de pessoas iluminadas que dão um bom exemplo”, afirmou.

Durante a visita, o ministro disse que a infância será prioridade na gestão do Conselho Nacional de Justiça nos próximos anos. “Não descansaremos enquanto houver crianças e jovens privados de crescer em família. Nós temos essa dívida”, disse Fachin.

Dados da Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) apontam que somente 6,4% das crianças e dos adolescentes brasileiros sob medidas protetivas de acolhimento estão em acolhimento familiar. Para o ministro, o número de famílias acolhedoras no Brasil ainda é pequeno, mesmo 35 anos após a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que colocou a infância e a juventude como centro das políticas públicas no país.

“O que estamos vendo supera muito os dados que muitas vezes estão em relatórios. Aqui há vida, dedicação, e isso se converte em esperança, em ação concreta […]. Isso não está à disposição nas prateleiras dos supermercados da vida. Está nos corações de quem se doa e vê no outro a razão de ser de sua própria vida”, afirmou o ministro.

Acolhimento familiar

No trabalho realizado pela AFA, as crianças e os jovens ganham lares temporários oferecidos pelas famílias selecionadas pelo serviço de acolhimento familiar. Elas são acolhidas pelas famílias até que encontrem lares definitivos em processos de adoção ou, em alguns casos, retornem às suas famílias de origem por determinação judicial.

Crianças fizeram uma apresentação ao ministro.

O projeto proporcionou 120 reintegrações familiares desde 2013, ano em que foi criado. A AFA já atendeu mais de 250 crianças e adolescentes em Foz do Iguaçu, além das respectivas famílias, e capacitou mais de 100 famílias acolhedoras. O trabalho desenvolvido pela Associação é referência nacional na promoção de um acolhimento humanizado, baseado em vínculos afetivos e no direito à convivência familiar e comunitária.

A Associação Fraternidade Aliança também atua junto às famílias em situação de vulnerabilidade social atingidas pelas medidas protetivas, e oferece orientação e apoio sociofamiliar para prevenir o acolhimento e fortalecer os vínculos para reintegração familiar.

Acompanhado de autoridades locais e dos dirigentes da AFA, o ministro ouviu depoimentos de famílias acolhedoras, assistiu a apresentações musicais e teatrais realizada pelas crianças e jovens atendidos pelo projeto e recebeu homenagens. Uma das mães de uma família acolhedora, Sônia Silva, disse que a despedida das crianças acolhidas nem sempre é fácil, mas se torna um gesto de amor.

“Se tem a despedida, é porque deu tudo certo. É o poder com a vontade de fazer a diferença, então não tem como não dar certo. As famílias acolhedoras não precisam ser idolatradas, mas vistas”, afirmou.

Acesse outras fotos da visita no Flickr do CNJ

Fonte: Agência CNJ de Notícias